Quem procura emprego, nem sempre procura trabalho…

Achar profissionais comprometidos com o trabalho é cada vez mais difícil. Tem muita gente que procura emprego, mas não muito a fim de trabalhar.

Quando monto um processo seletivo, uma das coisas que valem muito mais do que um currículo brilhante, é a maneira como a pessoa se expressa, se comporta. A tal expressão corporal que mostra muito de cada um. Dá para perceber o quanto essa pessoa realmente quer e precisa daquela vaga. E, sob este aspecto, fica mais complicado ainda fazer escolhas.

Sempre tive sorte de montar minhas equipes. Aquelas que eu peguei pronta, não deram certo. Mas isso talvez também seja um problema meu, que preciso de mais que um bom trabalho apresentado, planilhas bem feitas e PPTs lindos. Preciso de empatia, de entrosamento com a equipe, exijo apoio mútuo no time e odeio aquelas pessoas que acham que fazem muito por cumprir só a sua parte, mesmo quando o colega ao lado está até as tampas de trabalho. Esse tipo de profissional, para mim não serve, por mais ele seja bom para outros.

Desde que comecei a trabalhar mais diretamente com Redes Sociais e, portanto, com pessoas mais jovens, tive várias surpresas. Tem gente novinha, com dois MBAs, que não sabem o básico da profissão de um jornalista. Acham que um assessor de imprensa é quem manda release o dia todo. E que trabalhar com mídias sociais se resume em fazer monitoramento de marcas ou passar o dia postando no Facebook. Estratégia? Sim, tem gente muito boa com menos de 25 anos que sabe muita coisa. Especialistas em promoção, por exemplo.  Sabem muito mais que eu… Na verdade, eu aprendo todos os dias com eles, com cada novo desafio imposto para ser solucionado.

Aliás, a Punto nasceu assim, dos desafios e das boas idéias que tivemos em grupo. Ninguém chega aqui com uma demanda pronta. Ou melhor, quase nunca chega. Chamam a gente assim: temos essa questão, o que vcs acham? Em todos os clientes que temos, já prestamos mais um serviço, fruto da nossa criatividade e boas iniciativas.

Essas iniciativas vieram de gente. Tenho orgulho da ótima equipe que trabalho hoje. São pessoas que vieram apostar numa idéia e que vibram a cada vitoria, a cada nova conquista. Faz a gente parecer grande!

Mas, enfim, achar gente fiel, bacana, a fim de trabalhar muito não tá fácil. Ainda mais com os meus pré requisitos: bom relacionamento, boa índole, boas idéias e muitas iniciativas. Quem se achar nesta descrição, pode vir para cá!

E para os mais jovens, o meu conselho é que corram atrás de tudo que puderem aprender agora, enquanto dá para arriscar. Posição e bom salário são
conseqüência. Estude fora do Brasil. Façam viagens. Tenham experiências. Boas referencias culturais trazem boa idéias. Aprendam a trabalhar em equipe e a não tenham medo tomar iniciativas. Isso é o que faz diferença em um bom profissional, seja ele um engenheiro, economista, jornalista, publicitário ou o que for.

 

Vou de Táxi…

Nestes últimos dias fui a vários eventos e visitei Alphaville duas vezes. Andei muito de táxi, coisa que não fazia há tempos. Tenho usado muito meu carro para tudo. Mas quando vou a algum lugar que não conheço, prefiro apelar para quem sabe chegar. Poupa tempo e dinheiro.

Bem, em todos esses eventos encontrei colegas, o que foi ótimo. Nas idas e vindas de táxi encontrei quem realmente merece referência: os taxistas. Eles fazer um livro de bordo. Não sei como ainda não lançaram uma autobiografia tipo: “Eu e meu táxi”. Ou: “Se meu táxi falasse”. Se até o Justin Bebber tinha o que escrever em uma biografia, imagina esses taxistas, que rodam pela cidade, conversam com diferentes pessoas, levam muita bronca de graça, presenciam acidentes, roubos, visitam becos, enfim… Eles mereciam um livro!

Como eu não tenho tempo para tanto, dou uma pequena colaboração para ele: os taxistas. Tive um que se tornou meu amigo. Ia me buscar sempre em casa, já conhecia meu filho. Era de confiança. O apelido dele era “janela”. Vocês podem imaginar porque ele tinha esse codinome…

Além dessa pessoa, encontrei vários que valem ser citados. Um deles, uma vez, sem saber, me contou a história de uma moça muito chata que insistiu em ficar dentro do taxi dele com uma colega grávida (oito meses), na chuva. Segundo ele, a moça entrou no carro e pediu para seguir viagem, ao lado da outra com uma enorme barriga.

No caminho, ele perguntou o nome e percebeu que estava com o passageiro errado. Aí ele fez o que achava correto: parou o veículo e mandou as moças descerem ali mesmo, na rua, na chuva… Eu lembrei logo da história porque, claro, a “moça chata” que ele se referia era eu… A grávida era minha colega de trabalho Francine, que estava com os pés inchados, praticamente para dar a luz… Eu fiquei ouvindo ele contar a história e ficou claro como as versões mudam de acordo com a visão de cada um.

Para ele, a tal moça (eu!), devia ter entendido que, se ele seguisse a viagem, teria que repassar o dinheiro da corrida para o colega que estava lá na frente da empresa esperando as duas pessoas que ele pegou por engano. Neste momento eu me lembrei do escândalo que eu aprontei quando ele parou o carro e disse que eu e a Francine deveríamos descer ali mesmo, no meio da Avenida Faria Lima, na tempestade…

Claro que não descemos e ele, com muita má vontade, teve que nos levar até o destino. E só ali, anos depois, eu estava entendendo o tamanho do problema que eu criei para aquele taxista. Por ter pegado uma corrida de outro (mesmo não sendo proposital), ele foi suspenso pela cooperativa em que trabalhava. Ficou um mês parado. Teve que repassar o dinheiro da corrida para o colega que foi até a empresa nos buscar.

Aquilo marcou tanto aquele taxista que ele conta a história com ressentimento, mesmo sem ter ideia para quem está falando… Enfim, me senti péssima (mesmo tendo razão em ter lutado para não deixar minha colega de quase nove meses no meio da rua, na chuva). Não falei nada que a tal “moça chata” que ele se referia naquele conto era eu… Saí dali refletindo que eu fiz mal a uma pessoa sem saber. Foi mal!

Bem, nem só de reclamações e histórias ruins vivem esses profissionais que dirigem o dia inteiro. Encontrei um que quando chegou ao destino já tinha me contado toda a vida dele, o orgulho que tinha dos filhos e até a traição da esposa, que o inspirou a escrever um “livro”. Enquanto eu assinava o cheque, ele finalizou: tudo isso que eu te contei está aqui e tirou do porta luvas um caderno cheio de desenhos na capa, com muitas páginas escritas à mão. E ele queria que eu lesse!!!!!! Eu pedi desculpas e avisei que estava atrasada para uma reunião. Mas ele insistia… “Você é uma moça letrada , podia ler e me ajudar a publicar”, disse ele. Que dó! Mas fico pensando… Como alguém expõe sua vida daquela forma, descrevendo até a traição da esposa e quer que isso vire best-seller…

Mas acho que eu provoco interatividade. Adoro conversar. E quando estou no táxi, acho que eles percebem isso facilmente. Então eu vou ouvindo, dando algumas opiniões.

Ah! Lembrei-me de outra boa… Outro dia eu estava com algumas colegas no carro voltando de um cliente. Muitas

Dr. Taxista

mulheres juntas, fim de tarde, muito trânsito, acabou em terapia… E o terapeuta era o taxista!!! Depois de ouvir quatro mulheres falando dos problemas pessoais, no estacionamento da empresa, ele disparou para uma colega: “menina, você é jovem. Logo mais vai arrumar namorado. Fique tranquila”. Para mim: “olha, eu não quero me meter, mas acho que você devia parar de ser controladora. Homem não gosta disso, não”. Bem, aí, diante da situação cômica, começamos a perguntar pontualmente a opinião do taxista sobre cada tema, defendendo nosso ponto de vista feminino, claro…

Enfim, dá mesmo para escrever um livro com as coisas que já ouvi desses profissionais. Tem histórias cômicas, tristes, inusitadas, chatas, de todo tipo. Mas, sabendo ouvir e refletir dá para tirar algumas lições. Uma delas que ficou para mim: nunca diga que vc conhece o taxista de algum lugar… Uma viagem de táxi pode até ser legal, mesmo quando pegamos aquele pessoal das antigas que brecam a cada minuto, provocando náuseas (já peguei vários assim). Mas eu respeito. Eles estão ali trabalhando, brigando pelo que vão comer no dia seguinte.

Para concluir, o táxi é um dos poucos lugares onde eu sento e ouço. E nem sempre é ruim. Portanto, fica aqui o meu apelo: não tratem mal esses profissionais. Muitos me falam que algumas pessoas sequer falam bom dia para eles. Sentam, fecham a cara e olham para o horizonte, como se os motoristas não existissem. Tudo bem que temos dias em que isso é tudo que queremos fazer, mas é legal lembrar que o cara sentado ali na frente não está fazendo mal a ninguém e não merece ser maltratado.

Processos e protocolos banais

Processos, processos...

A cada dia que passa, fico mais encantada com as novas possibilidades que um trabalho autônomo nos permite.  Agora até celular e tablets personalizados eu vendo … vejam só. E garanto que tenho muita criatividade para fazer muito mais. Vem com a demanda, que eu dou a solução.. rsrsrs. Voltei a escrever matérias, coisa que eu adoro… isentas, claro, sem citar meus clientes.

No trabalho da Punto, minha empresa, a cada novo projeto eu vejo como a área de comunicação é ampla e o quanto perdemos ficando horas atrás de uma mesa cuidando de planos de comunicação que não se concretizam e relatórios para provar a todos (clientes, superiores e equipe) que trabalhamos.  Alguém ainda acha que esse modelinho funciona… Se os clientes soubessem o tempo que se perde com isso, fechariam contratos sem relatórios e planos elaborados. Resolveriam tudo no Word básico e sem firulas para que o tempo fosse dedicado ás ações que geram visibilidade.

Entendo que trabalhar com base em protocolos e processos ajuda na organização e no trabalho final, mas isso não pode ser prioridade de um gestor. O mais importante é prezar a boa entrega, o trabalho bem feito, em linha com aquele plano inicial que demoramos muito para conceber e que a maioria das empresas que receberam guardam na gaveta e sequer cobram dos atendimentos de comunicação sua implementação.  Isso porque a prioridade muda com o dia-a-dia. Não é incompetência de ninguém.

Mas o fato é que isso transforma aquele grande plano que levou semanas para ser feito em um documento inerte, que serve para mostrar só como o contratante tem alguém com capacidade criativa na contratada. Se a finalidade é se provar, ok.

Os iguais

Bem, agora que eu sou gestora de mim mesma, o que eu mais me cobro é um bom gerenciamento de tempo. Até porque como autônoma, tempo é dinheiro mesmo, não apenas um ditado. Cada hora dedicada errada reflete em perdas de trabalho e de geração de idéias, que poderiam ser úteis para os clientes e para geração de novos negócios.

Tenho trabalhado mais horas por dia, de 10 a 12, mas consegui marcar uma ginástica, uma massagem, chope com Morales e amigos uma vez por semana. Passo a maior parte do tempo em trânsito (o que também é perda) e agradeço quando consigo fazer reuniões por meio de vídeo conferência. Isso poupa o tempo do trânsito, coloca as pessoas olho no olho e é ótimo para resolver as pendências. Se a tecnologia nos dá essa possiblidade, não vale a pena deixar de aproveitar.

Enfim, acho que as empresas deveriam investir no homeoffice. As vantagens são inúmeras para o funcionário e para o empresário. Basta contratar gente com responsabilidade, claro. Que promete e entrega. E tem muita gente assim por aí.

A calça da moda

Grandes empresas como Google viraram sonhos de consumo organizacional por terem uma rotina diferenciada, sem horário fixo de entrada ou saída, com base em resultados. Os meus amigos de tecnologia costumam dizer que o Google deixou de ser referência para isso, apesar de continuar sendo um sonho de consumo para se trabalhar, pela capacidade de inovação. Mas outras do setor estão ganhando esta referência também como Facebook, por exemplo. Quem não gosta de trabalhar com uma marca que é boa em tratamento humano.

Enfim, no meu espaço Punto ainda não tem vídeo-game (só do meu filho), mesa de snooker ou pingue-pongue para funcionários. E nem acho que vai ter. A galera deve ter isso no salão de jogos em casa e ter a liberdade de descer quando estiver a fim.

Enfim, defendo o bom trabalho e a capacidade criativa aumentada, mas não a repressão do mercado corporativo convencional, que, apesar dos protocolo e processos, ainda admira quem dá resultados. Ah! Outro ponto é o dress code. Se quem usasse terno e gravata fosse mais competente do que aqueles que aqueles prezam a camiseta e o tênis, o mundo seria feito de homens de preto (como no filme). E hoje, como diz a propaganda de um banco, os homens de negócio mudaram e a pessoa com a calça rasgada mais surrada pode ser o funcionário do mês. Até porque a calça rasgada deve ser de marca e não um defeito da lavanderia… rsrsrs.

Bem, esse é o post do dia, um #prontofalei que dá luz à criatividade e um #fail para quem vê cara e não vê coração, competência e criatividade, essencialmente no meio de comunicação.

Boa semana e boa Páscoa a todos…

Ás meninas superpoderosas

Todas nós, do 203040, deixamos de escrever por muito tempo aqui. Reforço o pedido de desculpas da Carol Monteiro. Aliás, retomei o tempo para escrever aqui pensando muito na nossa companheira, que agora deve estar em Lua de Mel.

Eu tinha compromisso com as duas colegas daqui neste último final de semana, mas como estava na função de mãe e madrasta, não pude comparecer a nenhum. Pena. Nossa colega Marcela completou 24 anos no dia 2603. Parabéns, bela!!! E a Carol casou com o Lauro. Uhu!!

O casal do ano

Ambas tiveram uma coisa comum, usaram o meio digital para convidar, confirmar, disseminar e se comunicar com todos os amigos. Foi marcante ver o blog da Carol&Lauro, todas as informações postadas lá, desde como chegar até onde arrumar o cabelo antes do casório. A Marcela usou a rede social Facebook para convidar os amigos, depois confirmou via e-mail.

É incrível o que a tecnologia faz por todos nós! Todos estão longe, mas estão perto. Não temos mais porque perder

A aniversariante do mês

contato com ninguém. Dá para mandar um alô toda semana até para os mais distantes. Acho isso fantástico!

Bem, vamos a uma explicação pessoal. Eu fiquei ausente do blog para montar a minha empresa de comunicação “multimeios”. Este último nome faz uma referência à Marcela, que é a garota brilhante multimeios que conheço por formação. Já estou nessa vida de empreendedora desde janeiro e, sinceramente, estou adorando. Devia ter feito isso antes… O mercado está muito mais carente de informações, ideias, sugestões de novos meios de comunicação do que eu imaginava. Basta ter responsabilidade para sugerir, fazer e entregar bem feito.

Desde que decidi assumir essa vida, não tenho mais equipe, o que estranho muito. Eu penso no projeto, desenho, vendo e implemento. E isso é muito gratificante. Pelo menos para gente como eu, que gosta de ver as coisas acontecendo.

A gatona dos 30

A Fernanda, a gatona de 30 do nosso blog, tem sido a minha companheira virtual mais atuante. Quando bate a solidão (porque passo muito tempo na companhia apenas do meu computador), falamos via What´s up. Quando vou para o Morumbi, bairro de SP, almoçamos. Enfim, ótima amiga e companheira para tudo, até para aturar meu mal humor.

Bem, é isso que eu queria compartilhar hoje. Primeiro  homenagear minhas colegas, que são as melhores  que eu poderia escolher para fazer este blog e muitas outras coisas profissionais que estão por vir.

Para Carol&Lauro, muita felicidade, amor e tudo de bom que a vida pode oferecer. Para Marcela, que seus próximos 24 anos sejam ainda melhores do que esses que se passaram.

Fernanda, mantenha o brilho de sempre. E, claro, que continue sendo minha companheira, amiga de sempre.

Á todos que nos lêem, obrigada.

O mundo ideal de Ingrid Betancourt precisa ter mais amor

A julgar pela reação do público presente no Teatro Alfa nesta quarta-feira, 29/9, a palestra de Ingrid Betancourt no Fórum HSM de Negociação foi muito mais do que um relato dos momentos de cativeiro como refém das FARC, tema do seu livro recém lançado.

A platéia, formada por mais de 700 executivos, recebeu de Ingrid lições de vida que dificilmente serão esquecidas. Ingrid foi aplaudida de pé várias vezes. Esta foi a forma do público manifestar solidariedade ao depoimento sincero e emocionante. Ao relatar os momentos que sucederam a libertação, após longos seis anos vivendo em condições subumanas na selva colombiana, Ingrid não se conteve e sua voz embargou.

Com serenidade, e preocupada em não se vitimizar, logo se desculpou: “preciso aprender a controlar minhas emoções”. A declaração causou mais comoção. Afinal, como é possível conseguir se controlar? Ainda há muitas feridas abertas e a Ingrid de hoje é outra. Segundo ela, a mulher impaciente e voluntariosa agora ouve mais e busca o consenso. O cativeiro a fez despertar para a espiritualidade e a fez mudar suas prioridades em relação ao que considera felicidade. ”Felicidade se resume em tranqüilidade – paz interior”. Mas, depois de tudo o que passou, Ingrid não é uma unanimidade e sofre com as críticas. Sobre a polêmica diante da indenização que pediu ao governo colombiano, Ingrid serenamente explicou: “o governo reagiu muito mal ao meu pedido. A indenização é um direito previsto em lei para as vítimas do terror. O que era para ser lei foi encarado como abuso. Recebi com surpresa a crítica de que a soma era astronômica. Perdi seis anos da minha vida. Não tenho mais nada do que eu tinha.” Para evitar mais sofrimento à sua família, Ingrid retirou o pedido.

Segundo ela, a forma como o governo expôs o caso ao mundo pode ser parte de um plano para denegrir sua imagem, visto que os demais reféns também ingressaram com o pedido, mas para eles não houve questionamentos. Sobre o “outro lado da prisioneira”, relatado em livro pelos ex-companheiros de cativeiro, Ingrid explicou que, com alguns reféns se dava melhor, com outros nem tanto, mas viver em um espaço pequeno, em confinamento, sem nenhuma privacidade por tanto tempo, afeta a maneira das pessoas agirem.

“Vivi com este grupo 24 horas por dia, durante seis anos. É muito mais do que passei junto com minha mãe, meu pai ou meus filhos. Por isso, considero este grupo como uma família, onde têm pessoas que você tem mais afinidade, outras menos. Mas continuam sendo família e você não as escolheu”.

A vivência com os guerrilheiros deixou marcas em Ingrid e uma certeza: as FARC hoje são um grupo militar a serviço do narcotráfico e, se algum dia existiu um ideal, este já se perdeu há muito tempo. Para o futuro, Ingrid pretende se dedicar à instituição que criou para ajudar os mais de 3 mil reféns na Colômbia e tentar oferecer possibilidades de uma vida diferente aos jovens que ainda são recrutados no campo para se tornarem guerrilheiros das Farc. O cativeiro também fez Ingrid olhar o tempo com outra perspectiva.

E é sob esta perspectiva que ela encara o futuro: ajudar pontualmente e fazer a diferença na vida de outras pessoas que passaram por situações semelhantes às suas é a forma de reagir. “Não são os políticos e os governos que vão mudar o mundo. Cada um muda o mundo com seu próprio coração. Só precisamos de um mundo com mais amor no coração”.

Por Cintia Beck –

Jornalista, 38 anos, especializada em RP e Comunicação Integrada.

Escândalos e contrataçōes

Hoje eu tive o trabalho de ler todos os jornais, pelo menos as principais, atividade que eu gostaria cumprir diariamente, mas nem sempre é possível. Adoraria fugir dos clippings… Normalmente me deixo engolir pelo dia a dia e todo o resto fica de lado.

Bem, voltando aos principais jornais – todos- falaram do escândalo Erenice Guerra, pessoa q já tive chance de conhecer pessoalmente e por isso quis ler todas as notícias sobre o caso, cada descrição e opinião. Mas, no caderno de economia do Jornal O Globo, para minha surpresa, o tema tecnologia predominou. Do Facebook até o uso dos termos “blogar” e twitar”‘, tudo ganhou destaque. Foi ótimo sair do assunto escândalo e eleições, para ler algo do meu mundo.

O tema TI ocupando espaço de um jornal de grande projeção, no caderno de economia mostra mais um sinal daquilo que eu reforço todos os dias: tecnologia não é mais pauta de mídia especializada e quem quiser sobreviver no mercado de comunicação tem que conhecer o mínimo sobre isso, principalmente sobre as novas mídias, aplicações e tendências. 

Outro tema legal que integra as reuniões de pauta nas redações são as movimentações nas contratações para a área de comunicação/TI. No Corpbusiness tinha uma matéria legal. Essa eu achei que valia trazer para cá e publicar rapidinho, para não perder a validade.  Aí vai: 

Mídias sociais geram contratações

O crescimento de mídias sociais na internet faz com que empresas aumentem seus quadros de funcionários. Empresas de todos os portes buscam e investem na contratação de profissionais especializados, com capacidade de planejamento, organização e distribuição de informações no Twitter, Youtube, Facebook, Linkedin e Flickr, que são as mídias mais utilizadas no momento. Essas ferramentas são utilizadas em todo o processo de divulgação de marcas e produtos e têm sido de grande importância para quem atua nas áreas relacionadas à web.

Segundo Plínio Augusto Theodoro, atendimento comercial da MixD, empresa que atua no mercado de tecnologia da informação, esse novo profissional precisa ter disposição para trabalhar diante do computador e ser curioso o suficiente para garimpar todos os acontecimentos e novidades da web.

“Esse novo mercado é bem abrangente. As oportunidades surgem para executivos de diversos setores, como por exemplo, o de Tecnologia da Informação, Marketing e Comunicação. Todos os profissionais devem ser aptos a planejar ações de atração e retenção de clientes, reconhecimento de marca e desenvolvimento de promoções”, explica.

Estudos comprovam a velocidade com que essas mídias sociais invadiram o mercado e fazem um comparativo com outros meios de comunicação extremamente importantes. “O rádio que é um dos meios de comunicação mais populares que existem demorou 38 anos para atingir 18 milhões de usuários, já o Facebook conseguiu mais de cem milhões em menos de um ano”, conta Plínio. Os estudiosos dizem ainda que se o Facebook fosse um país seria o quarto maior do mundo.

As empresas que buscam os profissionais nessas áreas estão cada vez mais exigentes. “Esse funcionário precisa conhecer muito bem a empresa onde trabalha, para que assim possa representá-la da melhor maneira possível nessas redes. Para que isso aconteça deve conhecer e dominar a aplicabilidade dessas novas ferramentas, ser plugado bem articulado escrita e verbalmente”, diz Plínio.

Esse é um mercado que está em constante ascensão. A procura por essa especialização cresce a medida que as empresas passam a monitorar e a conhecer melhor as reações de seus consumidores. Outra característica importante desses profissionais é a habilidade para gerenciar fatos negativos que por ventura possam aparecer nas redes sociais. “As crises na web são imediatas e precisam ser resolvidas com a mesma rapidez. Devemos reciclar nossas idéias e estar sempre atentos”,

O Efeito Manada

Não vou ser muito original e vou começar o texto como a Fernanda, 30, fez em outro artigo: “faz tempo que não posto nada”. Na verdade, acho que mais de dois meses. Mas para quem achou que eu larguei o blog, cá estou eu novamente. Na verdade, na mesma fase que a Fernanda, apesar da diferença de idade, procurando um meio de registrar ideias.

Nestes últimos dois meses muitas coisas aconteceram. Trabalhei muito, trabalhei muito e trabalhei muito. Eu devia ter ido ao médico e não fui. Devia ter feito ginástica e não fiz. Devia ter procurado amigos e não procurei ninguém. Devia ter montado planos pessoais e não montei. Devia ter feito regime e não durou mais de uma semana.

Bem, consegui ter duas iniciativas que valeram a pena: marquei uma viagem para Cunha, interior de São Paulo, vi um grande amigo por lá, comprei um vaso para minha casa – finalmente! , e passei uma noite olhando a lareira e tomando vinho em boa companhia. Além disso, reduzi drasticamente o pão e o chocolate na minha vida.

Bem, eu acho que não fiz nada de muito útil, mas foi legal ouvir de uma pessoa muito bacana que eu não dou valor para as pequenas conquistas que eu tenho na vida. O chamado “efeito manada”, segundo ele… Estranho o nome, mas é perfeito para descrever o efeito do ritmo automático que entramos e nem percebemos.

Minha vida entrou nesse ritmo maluco. Fico preocupada com o que eu vou falar em reuniões que nem estão agendadas, com as entregas do dia a dia, com o meu filho que não foi bem na prova de alemão e eu não entendo nada desta bendita língua para ajudá-lo, com a atenção e preparo que dou a cada pessoa que trabalha comigo, com as demandas do namorado, com o tempo para as amigas que eu só ligo quando estou em crise existencial.

Não estou conseguindo olhar para cada coisa e dar a devida importância a cada tema. Ouvindo esse colega bacana, eu me senti muito mal, muito comum, dentro da manada que faz o mesmo que eu, que só sabe reclamar e não tem iniciativa para mudar. Dentro da manada falta o ar, dá mal estar, baixa resistência, além de muitos outros sintomas . Mas não existe médico que possa curar esses males.

O meu colega bacana tem razão. Sair da manada é muito difícil, mas é possível. E é o que pretendo fazer. Colocar a cabeça para fora deste ritmo e tentar fazer, de fato, uma coisa de cada vez. Quem sabe assim consigo ver resultados mais efetivos dos que estou enxergando agora, do meio da manada… Escrever isso foi a primeira iniciativa para isso.

Mas ainda não sei direito como começar. Entender meus limites e cuidar da minha saúde é a prioridade, sem dúvida. Saber o caminho profissional que quero trilhar, levando em conta que acredito em PR Digital – aquele que usa o meio digital e cria fatos para a mídia convencional, também é outro ponto importante. Será que o faço hoje é o que eu quero por mais quanto tempo na minha vida? Compartilho do momento Fernanda, cabeça cheia de ideias, nem todas viáveis, mas efervescentes. Se terão futuro eu ainda não sei. Mas se eu achar quem acredite nelas, pode ter certeza que todas irão brotar.

A Bicicleta

Aprendi mais uma valiosa lição com a experiência vivida com uma das minhas filhas. Ela já estava com 5 anos e eu achava que estava na hora de ensiná-la a andar de bicicleta. Moramos num lugar tranquilo, plano, o que facilitava o desafio.

Foram dezenas de tentativas, usando técnicas diferentes. deixando uma rodinha de apoio só de um lado da bicicleta, tirando as 2 rodas de apoio para ajudá-la segurando no banco. Tentei numa bicicleta menor, tudo que foi possível, que desse mais segurança.

Nada funcionava. Todas as tentativas acabavam com uma profunda sensação de frustração (minha, claro, não dela). Em algumas situações, ela já estava tão cansada dessa minha insistência que subia na bicicleta, tentava dar duas pedaladas e já falava: “mãe, eu não consigo. Não quero mais andar.”

Até que um dia, após 2 ou 3 meses nessa investida, parei para pensar: “Chega. Quem está querendo que ela aprenda sou eu. Ela não está interessada nisso! Tá na hora de parar com essa neura e deixar a coitada em paz!” E foi o que fiz. Não falei mais no assunto e me conformei, embora ainda com uma sensação de incapacidade, incompetência e frustração.

Algumas semanas se passaram e, num certo domingo, ela e a irmã me chamaram para ir para a rua, sem dizer o motivo. Lá fui eu, sem imaginar o que aconteceria em seguida.

Ela subiu na bicicleta e, num piscar de olhos, saiu pedalando, com uma alegria idisfarçável. Eu fiquei em silêncio, demorei a reagir pois estava processando tudo aquilo. Ela deu a volta, parou na minha frente e falou: “Gostou, mãe? Viu como eu aprendi a andar de bicicleta? Eu fiz isso para te dar de presente”.

Como qualquer mãe chorona, meus olhos marejaram e eu a abracei e beijei como nunca. Não pela bicicleta, mas pela lição que me ensinara: Ninguém é capaz de ensinar alguém que não quer aprender. Ninguém é capaz de motivar alguém que não está interessado.

Essa troca só existe quando o outro também quer, deseja, compartilha o mesmo desafio. Não somos capazes de motivar ninguém, se não houver interesse mútuo. E isso é o que vivemos todos os dias no mundo corporativo.

Carla Altman, Gerente de Marketing

De compradores a produtores de mídia

A internet trouxe para as empresas um desafio do qual muitas delas ainda não se deram conta, embora algumas já nadem de braçada no mar 2.0 digital. No começo tratava-se de fazer um site bonito, “um cartão de visita na rede mundial de computadores”, como ouvi muita gente boa dizer, não faz muito tempo. Depois o pessoal da comunicação se tocou que era necessário providenciar um bom recheio para o tal cartão. Fornecedor, funcionário, concorrente, jornalista, estudante e até ele, sua excelência, o cliente, todo mundo passou a freqüentar “a página da empresa” na internet. E esse pessoal passou também rapidamente a não se contentar com o que estava dito no Quem somos e tome pergunta chegando por qualquer brecha que o visitante encontrasse, na falta de um Fale conosco. Bastava um e-mailzinho pro pessoal do RH receber currículo para uma chuva de mensagens, com dúvidas, sugestões e uma tremenda vontade participar, de se relacionar. Espanto na corporação!

Pra resumir, as empresas, que sempre gastaram uma bolada em busca de atenção, na tevê, jornais, revistas, passaram a ter audiência própria, vejam vocês… Pra encaroçar um pouco mais o angu, vieram as redes sociais, com zilhões de pessoas trocando idéias, informações e opiniões, todos conectados, a um clique do site corporativo, aquele mesmo que minha brilhante colega @rizzomiranda anteviu com os dias contados http://bit.ly/9tbOpR. Mais mudança no horizonte digital. Os ingleses de The Independent especulam que sai na frente a empresa que entender que tem um canal de mídia nas mãos, e souber prover conteúdo para seu prezado público. E que essa situação vai mudar para sempre o próprio jornalismo http://bit.ly/95fdRs.

E o tal do site, como fica nessa situação? Não existe uma receita, claro, e se eu soubesse que existia não ia falar aqui sem cobrar uma boa grana por isso. Mas um palpite é que se trata de uma referência, um endereço na internet onde as pessoas poderão fazer suas consultas, questionar, entender o discurso da empresa, conectar-se com suas redes. E é bom que a empresa tenha boas histórias para contar – e gente que saiba contar essas histórias. Vai ficar cada vez mais difícil enaltecer aquele belo resultado para os acionistas se a bufunfa tiver relação com condições de trabalho degradantes em uma longínqua província da Ásia, de desrespeito ao meio ambiente, ou de métodos pouco ortodoxos para conquistar uma licitação triliardária. Também não vai adiantar nada uma postura responsável e… secreta. A boa história só passa a existir depois do momento que é contada. Assim ela poderá ser compartilhada – e conquistar, por um preço muito mais em conta, aquela audiência, a atenção que fez com que as empresas criassem uma verba só pra isso.

Marcelo Morales

Mais uma primavera…

A cada dia, eu olho para mim e noto como as coisas estão diferentes. O cabelo, que era enrolado, ficou mais liso. Continua bonzinho, mas com outra textura, outra cor, outro estilo. Os reflexos para esconder os (poucos) brancos já começaram. É provável que um dia eu ainda fique loira…

No rosto, acho que não tenho marcas de tempo. Afinal, minha vida não foi tão dura assim para se refletir na pele, mas, claro, a jovialidade vai ficando para trás. O corpo, bem, nesse o bicho pega, principalmente nas pessoas preguiçosas e comilonas como eu. Admito, estou 10 quilos mais pesada do que há 10 anos atrás.

Enfim, quando a gente completa mais uma primavera, como chamam a data de aniversário depois dos trinta anos, parece que tudo fica mais difícil. Fazer exercício, para mim, é uma tortura. Eu já fui o tipo que adorava academias. Imagina, eu já dei aula de ginástica!!! Baladas, bem, nem sei mais o que é isso. Nas noites em que durmo tarde é por conta de insonia, preocupações com trabalho, ansiedade para cumprir prazos e compromissos do dia seguinte.

Falando assim parece que a vida perto dos quarenta fica muito chata, mas não é tanto. Tem sua graça.

Mudanças acontecem e é bom saber conviver com isso. Mas assim como mudamos por fora, mudamos por dentro. Hoje, eu sei apreciar as coisas mais “lentas”, o que não fazia aos vinte anos. Adoro tomar um vinho, comendo coisinhas, por exemplo. Amo aquele almoço ou jantar que começa cedo  e leva horas para terminar, só com entradinhas, ótimo vinho, boa companhia. Com música, então, fica perfeito.

Uma outra coisa que eu passei a apreciar são passeios simples, em lugares de pouca circulação. Ir à praia simplesmente para ouvir as ondas, mesmo quando está frio. Fora de temporada é o céu. Adoro ir para o sitio e olhar as estrelas à noite, sentir o silêncio da mata, barulhos da natureza. Enfim, aos vinte anos eu achava isso um saco.

Esses exemplos  mostram que estou completando 37 anos como uma pessoal normal. Engordei como a maioria das pessoas que vivem sentadas, mas ainda volto ao meu peso. Era o objetivo para 2010, mas o início do ano passou muito rápido e eu deixei para depois do aniversário. Bem, então o regime começa na segunda, sem falta. Até porque não posso deixar de apreciar meu bolo de chocolate. Sei que minha mãe não vai deixar de fazer um para o aniversário. É imperdível…

Enfim, essa pequena reflexão é para dizer que estou muito bem, obrigada, e muito feliz com a minha idade e com as mudanças que passei, físicas e mentais. Fisícas porque elas ainda podem ser revertidas (e não são tão nítidas para os outros), mas eu tenho preguiça de começar a mudança. Mental, bem, essa eu não sei se tem jeito.  Acho que eu ainda tenho muitas fantasias e não gostaria de perder isso totalmente. Estou bem do jeito que eu sou. Espero amadurecer um dia, mas sem deixar de ver graça nas coisas que me fazem bem hoje.

Espero envelhecer com saúde  e ter histórias de memoráveis primaveras para contar aos meus netos…